Sapucaiando Itajubá – INSTITUTO FERNANDO BONILLO

25ago 2021 by Marielle Rezende de Andrade No Comments

No dia 14 de agosto de 2021, teve o início efetivo do Projeto Sapucaiando Itajubá + Eu Quero Navegar no Rio (A Montanha que Chora), com ações dentro do Rio Sapucaí no trecho que corta o município de Itajubá/MG e fora do rio também.

Os representantes do Instituto Fernando Bonillo de Pesquisa e Conservação Ambiental – IFB, Christian Valias e Marielle Rezende, se uniram aos representantes do coletivo A Montanha que Chora, Diego Levit, Fernando Amarante (Dão), Ana Laura, Flávio Scofano, Mateus Oliveira, Mariana, Fernando Maia e demais membros da equipe para mais uma expedição Por Dentro do Rio Sapucaí (a primeira em Itajubá/MG), que faz parte das ações dos Projetos Sapucaiando e o Eu Quero Navegar no Rio, conduzidos e executados em parceria pelas instituições acima referidas.

Na ocasião, a equipe Água, composta pelos representantes do IFB, percorreram um trecho de aproximadamente 11 km de caiaque, com início na ponte que vai para Delfim Moreira, na MG 350, ao lado da BR-459 e seguiram rio abaixo, sentido Itajubá. Durante essa primeira etapa, foi possível observar claramente o impacto da urbanização sobre o Rio Sapucaí, que estava com suas águas límpidas, transparentes e inodoras antes da entrada da cidade e com o passar dos trechos, dos recebimentos de contribuições indevidas e da poluição (esgoto, óleo, resíduos sólidos, desmatamento, assoreamento) se torna mal cheiroso, turvo e extremamente poluído, sendo nítido o efeito da ocupação humana desregrada e sem fiscalização sobre nossas águas. Foram coletadas coordenadas geográficas e imagens dos pontos de lançamento de efluentes, captação de água e demais questões que provavelmente só é possível visualizar estando dentro do rio, trazendo um novo ponto de vista da situação. O trecho percorrido se encerrou na Ponte da Imbel, onde será o início da próxima expedição.

Trecho 1 percorrido pela equipe Água – 11 km, no dia 14/08/2021

A segunda etapa, que aconteceu no dia 5 de setembro de 2021, teve início na Ponte da Imbel, percorrendo toda a área central de Itajubá, com extensão total de 7 km. O término foi no Bairro Boa Vista. Neste trecho foi impressionante cruzar por toda a área central da cidade, passar por baixo das pontes, ao fundo de locais muito frequentados, ver e sentir a morte do rio ao ter suas águas contaminadas por esgoto, lixo e falta de cuidado da população em geral.

Trecho 2 percorrido pela equipe Água – 7 km, no dia 05/09/2021

A etapa final foi no dia 19 de setembro de 2021, com percurso total de 8,6 km. Iniciamos no Bairro Boa Vista e seguimos até quase a ponte de Piranguinho, o que não foi possível devido a barreiras naturais no rio. Neste trecho o que mais chamou a atenção foram os pontos de lançamento de esgoto “tratado” de algumas indústrias e da própria estação de tratamento da Copasa.

Trecho 3 percorrido pela equipe Água – 8,6 km, no dia 19/09/2021

No total, foram mais de 26 km por dentro do Rio Sapucaí, no trecho que corta Itajubá. Foram muitos pontos de lançamento de esgoto, captação de água e coletas de amostras, onde estão sendo feitas análises periódicas em parceria com a Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI.

Trecho percorrido por dentro do Rio Sapucaí, em Itajubá (ago e set/2021) – 26 km

A equipe Terra, composta pelos componentes do coletivo A Montanha que Chora e parceiros, seguiu pela estrada e caminhos de terra, com registros em locais estratégicos, ao mesmo tempo que captava a percepção da população ribeirinha, com registros fotográficos e filmatográficos, que comporão um documentário para conscientização sobre a conservação das águas e a relação da humanidade com esse recursos indispensável à vida.

A Montanha que Chora é um grupo musical formado em 2018, em Itajubá, na Mantiqueira Sul de Minas. O grupo tem como base de criação a riqueza natural e cultural da nossa região. As produções englobam o audiovisual, a dança e as artes plásticas, compondo uma realidade artística que registra a vivência do nosso povo e denuncia a destruição contínua de nossos bens materiais e imateriais. Saiba mais em: (https://www.instagram.com/amontanhaquechora/)

As coletas das amostras e análises estão sendo coordenadas pelo engenheiro hídrico, Diego Levit e toda a equipe da A Montanha que Chora.

Este projeto conta com o apoio e parceria de diversas instituições, dentre elas destacamos e agradecemos:

Instituto Sapucaí – representado pela agente mobilizador Douglas Martins, super parceiro dos projetos e ações em prol da conservação das águas;
UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá, que através da professora Ana Lúcia está apoiando as ações para somar forças nos próximos trabalhos;
IFSULDEMINAS – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Campus Pouso Alegre, que é parceiro para realização das análises toxicológicas de alguns pontos, sob a coordenação do professor Olímpio Gomes;
Malungo Expedições – que fornece a estrutura logística e caiaques para a expedição.

Confira algumas fotos dos preparativos: